Carlos Gonçalves

Uma análise sobre o Ranking da Cúpula da Cachaça (2014, 2016, 2018)

  • Publicado 4 anos atrás

O Ranking da Cúpula da Cachaça teve sua primeira edição em 2014 e tem ajudado a estabelecer a identidade do principal destilado brasileiro. Veja a análise de Carlos Gonçalves sobre as três edições do ranking.

Garrafas de cachaça sem rótulo

Na última fase do Ranking da Cúpula da Cachaça a degustação é feita às cegas

O Ranking da Cúpula da Cachaça constitui-se no Brasil em um dos principais concursos sobre a cachaça. Proposto pela Cúpula da Cachaça, tem por finalidade promover a qualidade desse destilado num mercado com cerca de 30 mil produtores e produção de 1,4 bilhão de litros/ano. A cachaça é a bebida destilada mais consumida no País e a quarta no mundo.

O Ranking de Cachaça

Tendo 3 edições realizadas, 2014, 2016 e 2018, o processo de seleção do ranking para a escolha das melhores cachaças ocorre em 3 fases:

A primeira apresenta como característica a participação popular. É o gosto popular que rege. Fabricantes e especialistas não intervêm nesse momento. Intitulada Voto Popular, essa fase é importante pois se destina a reunir, em votação online aberta, 250 cachaças legalizadas –registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Do voto popular, chega-se à segunda fase, Seleção dos Especialistas. Nessa etapa, 40 especialistas sem vínculos com empresas produtoras escolhem 50 das 250 anteriores.

Já na terceira e última fase, Cúpula da Cachaça, integrantes da própria Cúpula da Cachaça entram em ação. Por intermédio da degustação às cegas, eles classificam essas 50 cachaças participantes por ordem crescente. A primeira colocada é considerada a Cachaça do Ano. Os resultados, a partir do III Ranking, passaram a ser apresentados por tipos de cachaças: brancas (inox e madeiras neutras) e amadeiradas/envelhecidas (cachaças com alterações de cor expressivas adquiridas com o envelhecimento).

Dados até agora

Com as edições do Ranking Cúpula da Cachaça, mais de 750 cachaças foram analisadas. Chegou-se a um total de 150 rótulos ranqueados, 50 por evento. Gerou-se um conjunto de dados que podem identificam não apenas quem são os melhores destilados, onde estão localizados os produtores, quais tipos de madeira mais utilizados para o armazenamento, o tempo de envelhecimento, etc. Mas indicam as tendências de um mercado em plena expansão não só para produtores da bebida, mas para empreendedores das mais variadas áreas.

Uma análise do Sancachaça após as três edições do Ranking da Cúpula da Cachaça

Respeitando a perspectiva de estabelecer uma possível identidade da cachaça produzida no Brasil, esses dados obtidos com as edições do Ranking Cúpula da Cachaça foram reunidos e analisados pela Sancachaça.

Para tanto, foi adotada a análise quantitativa. Contudo, não se levou em consideração na formação das categorias a separação entre cachaças brancas (inox e madeiras neutras) e armazenadas/envelhecidas (que compreende todas as cachaças com alterações de cor expressiva conferidas pelo envelhecimento). Isso se deu simplesmente para não se criar categoria à parte e simplificar a contagem.

Análise e Categorias

Foram criadas, para análise dos dados, 4 categorias:

1 – Região

Dos 3 concursos realizados pela Cúpula da Cachaça, foi possível identificar no Brasil quais os Estados e cidades que mais produzem a cachaça artesanal premiada.

Dos estados participantes, pode-se dizer que:

  • levando-se em consideração as respectivas cidades produtoras de cachaça artesanal, os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro aparecem mais vezes, já que apresentam um número maior de cidades produtoras de cachaças artesanais. Em Minas Gerais, por exemplo, existem 16 cidades e, em São Paulo e Rio de Janeiro, 9 cada. Na sequência, Rio Grande do Sul, 4 cidades, Pernambuco, 3, e Espírito Santo, Paraná e Ceará, 2 cada. O restante, Pernambuco, Alagoas, Distrito Federal, Pará e Bahia, apresentam 1 cidade cada.
Estados com um maior número de cidades produtoras de cachaças artesanais premiadas no Ranking da Cúpula da Cachaça

Gráfico 1: Estados com um maior número de cidades produtoras de cachaças artesanais premiadas

E por sua vez, das cidades participantes, Gráfico 2, pode-se afirmar que aquelas com um maior número de produtores diferentes foram:

  • Salinas (MG), com 13; Paraty (RJ), 4; Januária (MG) e Pirassununga (SP), com 3 cada; e Betim (MG), São Luiz do Paraitinga (SP) e Coronel Xavier Chaves (MG), com 2 cada.
Cidades com um maior número de produtores de cachaças artesanais pelo Ranking da Cúpula da Cachaça

Gráfico 2: cidades com um maior número de produtores de cachaças artesanais

2 – Ranking

Nesta categoria, a análise foi feita a partir do número de vezes que uma determinada cachaça foi premiada, Tabela 1. Os 3 rankings classificaram ao todo 150 cachaças, 50 por evento. Isto, contudo, não significa que foram 150 tipos diferentes de cachaça e muito menos 150 cachaçarias diferentes. Na realidade, ao longo dos concursos, também foi apontado que uma mesma cachaçaria pôde ranquear um ou mais tipos de cachaça. Foi o caso da Weber Haus com a sua Extra Premium 6 anos (premiada em todos os concursos) e 7 Madeiras (premiada em um).

Ao todo, a Weber Haus apareceu 9 vezes, 3 em cada concurso. Na sequência vêm: Santo Grau, 7; Vale Verde, Magnífica e Werneck, aparecem 5 vezes cada; Leblon, Porto Morretes, Germana, Sanhaçu e Sebastiana e Da Quinta, 4 cada; Anísio Santiago, Companheira, Canarinha, Casa Bucco, Coqueiro e Reserva do Nosco, 3 cada. As outras acumulam de 1 a 2 prêmios.

Ranqueadas I Ranking II Ranking III Ranking Total
Weber Haus – Ivoti (RS) 3 3 3 9
Santo Grau – Coronel Xavier Chaves (MG) 1 3 3 7
Vale Verde – Betim (MG) 2 2 1 5
Magnífica – Vassouras (RJ) 1 2 2 5
Werneck – Rio das Flores (RJ) 1 2 2 5
Leblon – Patos (MG) 2 1 1 4
Porto Morretes – Morretes (PR) 1 2 1 4
Germana – Nova União (MG) 2 2 4
Sanhaçu – Chã Grande (PE) 2 2 4
Sebastiana – Américo Brasiliense (SP) 1 3 4
Da Quinta – Carmo (RJ) 1 1 2 4
Anísio Santiago – Salinas (MG) 1 1 1 3
Companheira – Jandaia do Sul (PR) 1 1 1 3
Canarinha – Salinas (MG) 1 1 1 3
Casa Bucco – Bento Gonçalves (RS) 1 1 1 3
Coqueiro – Paraty (RJ) 1 1 1 3
Reserva do Nosco – Resende (RJ) 2 1 3
Dona Beja – Araxá (MG) 1 1 2
Reserva do Gerente – Guarapari (ES) 1 1 2
Indaiazinha – Salinas (MG) 1 1 2
Áurea Custódio – Ribeirão das Neves (MG) 1 1 2
Espírito de Minas – São Tiago (MG) 1 1 2
Maria Izabel – Paraty (RJ) 1 1 2
Sapucaia – Pindamonhangaba (SP) 1 1 2
Canabella – Paraibuna (SP) 1 1 2
Bento Albino – Maquiné (RS) 1 1 2
Reserva 51 – Pirassununga (SP) 1 1 2
Tabúa – Taiobeiras (MG) 1 1 2
Século XVIII – Coronel Xavier Chaves (MG) 1 1 2
Da Tulha – Mococa (SP) 1 1 2
Cedro do Líbano – São Gonçalo do Amarante (CE) 1 1 2
Havaninha – Salinas (MG) 1 1 2
Engenho Pequeno – Pirassununga (SP) 1 1 2
Claudionor – Januária (MG) 1 1 2
Caraçuípe – Campo Alegre (AL) 1 1 2
Authoral – Brasília (DF) 1 1 2
Serra Limpa – Duas Estradas (PB) 1 1 2
Harmonie Schnaps – Harmonia (RS) 2 2
Engenho São Luiz – Lençóis Paulista (SP) 2 2
Princesa Isabel – Linhares (ES) 2 2
Boazinha – Salinas (MG) 1 1
Nega Fulô – Nova Friburgo (RJ) 1 1
Salineira – Salinas (MG) 1 1
Ypióca – Maraguape (CE) 1 1
Salinas – Salinas (MG) 1 1
Seleta – Salinas (MG) 1 1
Tabaroa – Prados (MG) 1 1
Rainha do Vale – Belo Vale (MG) 1 1
Sinhá Brasil – Sumidouro (RJ) 1 1
Velha de Januária – Januária (MG) 1 1
Providência – Buenópolis (MG) 1 1
Cambraia – Pirassununga (SP) 1 1
Meia Lua – Salinas (MG) 1 1
Rochinha – Barra Mansa (RJ) 1 1
Piragibana – Salinas (MG) 1 1
Pedra Branca – Paraty (RJ) 1 1
Beija-Flor – Salinas (MG) 1 1
Minha Deusa – Betim (MG) 1 1
Ferreira Januária – Januária (MG) 1 1
Mato Dentro – São Luiz do Paraitinga (SP) 1 1
Mazzaropi – São Luiz do Paraitinga (SP) 1 1
Leandro Batista – Ivoti (RS) 1 1
Middas – Adamantina (SP) 1 1
Indiazinha – Abaetetuba (PA) 1 1
Pardin – Camanducaia (MG) 1 1
Colombina – Alvinópolis (MG) 1 1
Matriarca – Caravelas (BA) 1 1
Saliníssima – Salinas (MG) 1 1
Tiê – Aiuruoca (MG) 1 1
Volúpia – Alagoa Grande (PB) 1 1
Nobre – Sobrado (PB) 1 1
150

3 – Madeiras

Nesta categoria do Ranking da Cúpula da Cachaça buscamos responder quais as madeiras mais utilizadas para o armazenamento e envelhecimento das cachaças.

Madeiras como carvalho e bálsamo foram, individualmente, as mais utilizadas na construção de barris para o descanso das cachaças. Respectivamente, 46 e 17 barris. Outras como o jequitibá-rosa e a cerejeira, ou a combinação entre carvalho francês, carvalho americano, bálsamo, cabreúva, amburana, grápia, canela sassafrás, praticamente não foram adotadas, apenas 1 vez cada.

Madeiras I Ranking II Ranking III Ranking  Total
carvalho 18 18 10 46
bálsamo 8 4 5 17
amburana 6 4 4 14
inóx 3 3* 6 12
bálsamo e carvalho 4 3 1 8
carvalho francês 3 4 7
jequitibá 2 1 2 5
amendoim 1 2 2 5
freijó 2 3 5
carvalho americano 2 2 4
jequitibá, castanheira, amburana 1 1 2
sem envelhecimento 2 2
carvalhos francês e americano, bálsamo e cerejeira (soleira) 1 1 2
carvalho francês e bálsamo 1 1 2
carvalho e jequitibá 1 1 2
castanheira 1 1 2
jaqueira 2 2
carvalho utilizado para amadurecer vinho de Jerez 2 2
cabreúva e carvalho 1 1
cerejeira 1 1
carvalhos francês e português 1 1
tanque de pedra 1 1
carvalho francês, carvalho americano e amburana 1 1
carvalho francês, carvalho americano, bálsamo, cabriúva, amburana, grápia, canela sassafrás 1 1
amburana e castanheira 1 1
amburana, bálsamo, canela sassafrás 1 1
carvalho, amburana e jequitibá 1 1
jatobá 1 1
jequitibá rosa 1 1
150

Percentualmente (Gráfico 3), essa divisão se apresenta assim: carvalho, 31%; bálsamo, 12%; amburana, 9%; bálsamo e carvalho, 5%; carvalho francês, 5%; jequitibá, 3%; amendoim, 3%; freijó, 3%; carvalho americano, 3%. Outras, como jatobá e castanheira, identificadas 2 ou 1 vez ao longo dos concursos, foram agrupadas em “Outros tipos” que soma 18%. Os destilados armazenados em Inox e tanque de pedra também entraram na categoria “Madeiras”. Isso ocorreu para poder identificar sua utilização entre as cachaças premiadas, ao todo 8%; e, como já foi dito, para não se criar outra categoria.

Gráfico 3: porcentagem das madeiras utilizadas para o descanso das cachaças

Gráfico 3: porcentagem das madeiras utilizadas para o descanso das cachaças

Além disso, outros dados puderam ser levantados (Tabela 3):

  • 17 tipos diferentes de madeira foram utilizados na construção dos barris;
  • 13 tipos de madeira, individualmente, formaram 123 barris (só o carvalho 46);
  • 13 combinações de diferentes madeiras formaram 27 barris.
Tipos de madeira Barris com apenas 1 tipo de madeira Combinação de madeira para barris Outras
1.      amburana amburana amburana, bálsamo, canela sassafrás inóx
2.      amendoim amendoim amburana e castanheira tanque de pedra
3.      bálsamo bálsamo bálsamo e carvalho
4.      cabreúva carvalho cabreúva e carvalho
5.      canela sassafrás carvalho americano carvalho, amburana e jequitibá
6.      carvalho carvalho francês carvalho francês, carvalho americano e amburana
7.      carvalho americano castanheira carvalho francês, carvalho americano, bálsamo, cabreúva, amburana, grápia, canela sassafrás
8.      carvalho francês cerejeira carvalhos francês e americano, bálsamo e cerejeira (soleira)
9.      carvalho português freijó carvalho francês e bálsamo
10.    castanheira jaqueira carvalhos francês e português
11.    cerejeira jatobá carvalho e jequitibá
12.    freijó jequitibá carvalho utilizado para amadurecer vinho de Jerez
13.    grápia jequitibá rosa jequitibá, castanheira, amburana
14.    jaqueira
15.    jatobá
16.    jequitibá
17.    jequitibá rosa

4 – Envelhecimento

Nesta categoria analisamos qual o tempo utilizado para o descanso das cachaças avaliadas nas três edições do Ranking da Cúpula da Cachaça.

De acordo com o que foi apresentado nos concursos (Tabela 4), as cachaças apresentadas descansaram uma média geral de 3,37 anos. Só em madeiras como carvalho e bálsamo, as mais utilizadas pelos produtores (veja a próxima categoria), foram, respectivamente, uma média de 4,38 e 4,56 anos. Outras, com a combinação entre jequitibá, castanheira, amburana, 2,25 anos.

Madeiras Média*/anos Total de barris
carvalho 4,377777778 46
bálsamo 4,558823529 17
amburana 1,5 14
inóx 0,666666667 12
bálsamo e carvalho 7,625 8
carvalho francês 2 7
amendoim 1,2 5
jequitibá 1,5 5
freijó 1,2 5
carvalho americano 1,666666667 4
carvalho utilizado para amadurecer vinho de Jerez 0 2
jequitibá, castanheira, amburana 2,25 2
sem envelhecimento 0 2
carvalhos francês e americano, bálsamo e cerejeira (soleira) 0 2
carvalho francês e bálsamo 6 2
carvalho e jequitibá 2 2
castanheira 1 2
jaqueira 2 2
amburana, bálsamo, canela sassafrás 1 1
amburana e castanheira 1 1
cabreúva e carvalho 1 1
carvalho, amburana e jequitibá 0 1
carvalho francês, carvalho americano, bálsamo, cabreúva, amburana, grápia, canela sassafrás 2 1
carvalho francês, carvalho americano e amburana 2 1
carvalhos francês e português 12 1
cerejeira 0 1
jatobá 10 1
jequitibá rosa 2 1
tanque de pedra 0,5 1
3,368421 150

Resultados – O que se pode afirmar da análise das 3 edições do Ranking da Cúpula da Cachaça?

Primeiro, que existe um esforço prático em se pensar caminhos que organizem e disseminem o negócio e a cultura da cachaça pelo Brasil e exterior. Exemplo disto é o trabalho feito por Carlos Alberto, sócio do Alambique Santa Rufina, produtor da Cachaça Sebastiana, ao focar a exportação para o Canadá.

É o que também faz a Cúpula da Cachaça. Não é à toa que para participar do Ranking, as cachaças devam estar registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Isso é um incentivo para que os produtores de cachaça legalizem o seu produto e deixem de vê-lo como algo secundário, para o consumo próprio ou local. A INOVBEV, por sua vez, oferece ajuda aos produtores que queiram legalizar seus produtos.

Segundo, com os concursos, disponibiliza-se um banco de dados capaz de indicar determinadas tendências de mercado não só para produtores da bebida, mas para empreendedores das mais variadas áreas. Portanto, quando se fala em cachaça, não é apenas do produto em si. Está implícito aí uma proposta de ação para uma gama de outros serviços e produtos que passam pelo investimento em pesquisa científica, na cultura regional, em comércio, e-commerce, em logística e gestão, na publicidade e alcançam o artesanato, a gastronomia, o turismo, o design, eventos nacionais e internacionais etc. O Mapa da Cachaça, criado em 2009 por Felipe Jannuzzi, Gabriela Barreto e Eduardo Martins, retrata bem essa junção de áreas ao fazer o mapeamento da cachaça pelo Brasil.

Identidade do destilado brasileiro

Das categorias analisadas aqui, Região e Ranking, indicam que os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, estão hoje entre os principais estados produtores de cachaças. Perfazem cerca de 60% da produção nacional. E cidades como Salinas (MG), Paraty (RJ), Pirassununga (SP), apresentam o maior número de produtores. Porém, isso não quer dizer que as cachaças mais premiadas venham destes estados e cidades. Exemplo disso acontece com a Weber Haus. Localizada em Ivoti, RS, essa empresa conseguiu ranquear em todas as edições do concurso, e bem, 4 tipos diferentes de cachaça: Weber Haus Amburana, Weber Haus Premium 7 Madeiras, Weber Haus Extra Premium e Weber Haus Premium Carvalho Cabriúva. Apesar da predominância no Sudeste, pela pesquisa, mesmo que esparsa, existe uma disseminação da produção pelo Sul, Nordeste e Centro Oeste, menos pelo Norte.

Em relação às outras duas categorias, Madeira e Envelhecimento, de acordo com o que foi apresentado nos concursos, as cachaças descansaram uma média geral de 3,37 anos. Foram 17 tipos diferentes de madeira utilizados na fabricação dos barris; 13 tipos de madeira, individualmente, formaram 123 barris (só o carvalho 46); 13 combinações de diferentes madeiras formaram 27 barris. Mesmo o carvalho sendo o mais adotado pelos produtores, 31%, os outros 69% foram de barris fabricados, ou individualmente ou em combinação, por madeiras como o jequitibá, freijó, amendoim, cerejeira, jaqueira, carvalho americano etc.

As madeiras utilizadas pelos produtores (sem esquecer o inox e o tanque de pedra) mais o tempo para o envelhecimento (que pode ser de 6 meses em amendoim a 20 anos em bálsamo e carvalho, por exemplo) ressaltam a construção de perfis sensoriais diversos e, portanto, uma identidade para o produto cachaça. E esse esforço prático em se pensar caminhos para o negócio e a cultura da cachaça pelo Brasil e exterior, não só impulsiona sua qualidade, como promove a sua identidade enquanto negócio. Nota-se pelo número crescente de marcas, produtores, regiões que se dedicam a esse destilado.

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