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ReporFormado em Engenharia Agrônoma, o produtor Maurílio Figueiredo Cristófani recorda-se que se formou no curso no fim do ano de 2001 e em 2002 já estava na produção de seu primeiro lote de cachaça na fazenda Barra Grande, em Itirapuã – interior de São Paulo.
A fazenda Barra Grande tem a cultura cachaceira desde 1860 e Maurílio Cristófani faz parte da 5ª geração da família que trabalha com produção de cachaça de alambique. Ademais, é de responsabilidade do engenheiro agrônomo toda a reestruturação da produção, as reformas no alambique e a consolidação da identidade comercial da marca familiar.
Assim hoje são produzidos 7 rótulos de cachaça, sendo 4 da cachaça Barra Grande e 3 da cachaça Santo Grau – parceria essa que trouxe muita inovação e reconhecimento para o produtor.
A família Figueiredo produz cachaça desde 1860 na fazenda Barra Grande, uma das produções mais antigas em atividade no estado de São Paulo. Localizada em Itirapuã, na fronteira com Minas Gerais, a 850m de altura, com clima chuvoso e solo barrento e argiloso, a fazenda de 200 hectares tem como atividades econômicas cachaça, café, pecuária e cana para usina de etanol.
Após um incêndio em 1998, a quinta geração da família retomou a produção em 2001, com o mestre alambiqueiro e diretor, Maurílio Figueiredo Cristófani. Quando Maurílio assumiu, a fazenda tinha uma pequena produção de cachaça, melado, rapadura e açúcar mascavo, mas para consumo local. A ideia do agrônomo era fazer mudanças na estrutura para aumentar a produção, mas sem agredir o ambiente e descaracterizar a identidade deixada pelos seus antepassados.
Na fazenda um moinho d’água do século XIX é usado para extrair a garapa da cana-de-açúcar e moer milho para produção do fubá utilizado no processo de fermentação da cachaça, que é toda feita com leveduras autóctones. Após fermentação, o vinho de cana é destilado num alambique de cobre de fogo direto de 1000 litros – equipamento cada vez mais raro no mercado.
Um dos grandes méritos de Maurílio Cristófani está em manter a identidade da tradicional receita familiar, seguindo a Escola Caipira de produção de cachaça, mas sem deixar de inovar com novas metodologias de envelhecimento inspirada em outros destilados – aderindo ao conceito da Escola Crossing.
Em 1992, a empresa Natique fechou parceria com a cachaça Barra Grande e nasceu a Santo Grau Itirapuã, que foi idealizada para integrar a triologia “cachaças de origem” junto com a Santo Grau Paraty e Santo Grau Coronel Xavier Chaves – representando terroirs distintos.
Entretanto em 2013, após a aquisição de 51% da Natique pela Osborne, tradicional empresa espanhola produtora de Jerez, começaram as produções que trouxeram uma identidade ímpar para as cachaças produzidas na fazenda Barra Grande.
Cristófani comenta que na época da aquisição teve a oportunidade de visitar vinícolas espanholas e conhecer de perto o sistema de soleira, que é o processo de envelhecer a bebida em barris montados em forma de pirâmide, onde as safras mais jovens ficam no topo e as mais envelhecidas vão para a base. De volta ao Brasil, o engenheiro decide implantar o sistema de solera para envelhecer sua tradicional cachaça paulista em barris de carvalho anteriormente utilizados para envelhecer vinhos espanhóis fortificados.
Dentre os rótulos, a Santo Grau PX e Santo Grau Cinco Botas são produzidas seguindo essa metodologia de envelhecimento, ainda pouco utilizada no mercado nacional, fazendo de Maurílio Cristófani um dos mestres de adega (ou master blender) mais inovadores do país.
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