O trabalho de valorização da Cachaça no Brasil é uma tarefa delicada, porém não impossível de ser feita por qualquer um que se interesse por isso. Hoje, vamos falar de alguns pontos cruciais para que você, apreciador da bebida E/OU da cultura brasileira, possa embarcar nessa tarefa com eficiência e dirigir a imagem da bebida para um “lugar” legal em nossa sociedade. Aí vão eles.
Voto nesse slogan, pois ele traduz muita coisa que a Cachaça tem como diferencial. Mais sabor:
Cachaça de Qualidade de verdade não precisa ser tomada apenas pura e “quente” (sem estar gelada). É por essa tradição rústica e endurecida que até hoje acreditamos que a Cachaça é uma bebida forte e que te deixa facilmente alcoolizado(a). O trago direto da cachaça apressa seu consumo em excesso e mascara diversas características de sabor, cor e aroma que a bebida guarda. Se colocamos gelo no whisky, na vodka e até no conhaque, quem disse que a Cachaça tem que ficar de fora? Experimente a sua com gelo, gelada, com açúcar na caipirinha, na comida ou da forma como você quiser criar.
Ponto mais delicado, lógico, da questão. O brasileiro já cultivou por séculos uma noção de que a Cachaça é perigosa e “marvada”, e, por isso temos que tomar cuidado com ela. Eu, enquanto autor do livro “De Marvada a Bendita” já recebi vários avisos desse tipo. E isso é ruim? Temos que lutar contra essa idéia? De maneira ALGUMA. Acho essa “crença popular” uma das coisas mais interessantes, principalmente em classes mais baixas ou em famílias onde o alcoolismo é ou foi um problema. No entanto, para as pessoas que JÁ CONSOMEM ÁLCOOL e, prestemos atenção, NÃO TÊM GRANDES PROBLEMAS COM ELE, mostrar que a Cachaça de Qualidade não é diferente das outras bebidas destiladas de igual teor alcoólico (tão perigosa QUANTO – mas não exatamente MAIS perigosa) é uma tarefa a ser feita.
A Cachaça sempre foi protagonista de problemas com alcoolismo, é verdade. Mas isso está intimamente ligado aos baixos preços praticados por produtores de aguardentes industriais de baixa qualidade, ou mesmo de algumas bebidas sem rótulo. Essa história precisa mudar, sim.
Por último, mas não por fim, aquelas piadinhas com “cachaceiro”, e que colocam a Cachaça como sinônimo de “bebedeira”, bem, essas a gente pode deixar para a História. E, como toda bebida alcoólica, associar o consumo da mesma à solução de problemas pessoais, como “estimulante”, ou encorajamento para certas atitudes, não é a estratégia mais responsável. A bebida guarda um inebriante universo gourmet, de sabores, cores e aromas e, acredito eu, é isso que temos que mostrar que “Cachaça tem Mais Sabor”.
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