Renato Figueiredo

Whisky Johnnie Walker - O verdadeiro despertar do Gigante?

  • Publicado 12 anos atrás

Será que o Gigante despertou mesmo? Você deve ter visto a última campanha do Whisky Johnnie Walker:

Whisky Johnnie Walker - O verdadeiro despertar do gigante

Inspirada numa histórica “lenda” de que as formas do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro seriam, na verdade, as de um imenso ser humano, a campanha traz à tona a história do Gigante Adormecido da Guanabara. “Deitado eternamente em berço esplêndido”, o mito aparece até em nosso Hino Nacional e já foi retratado por poetas e continua a ser investigado por historiadores e arqueólogos (veja aqui). O filme de 60 segundos mostra o despertar desse gigante, que sai andando pela orla carioca quando aparece o texto: “O gigante não está mais adormecido”. O fechamento vem com o slogan da marca: “Keep Walking, Brazil” (algo como “continue sempre caminhando, Brazil” – assim, com “z” mesmo!).

A sacada criativa, que chamou atenção de muita gente, foi parar na mídia, e já tem milhares de shares no Facebook. O que ninguém parou para pensar foi: falar no despertar do Brasil para uma marca de Whisky é realmente um despertar? Quando é que a gente vai acordar para a nossa verdadeira bebida?

Enquanto a Cachaça ainda luta para se valorizar, o whisky Johnnie Walker apresentou estupendo crescimento de 30% no volume de vendas do último ano só aqui no Brasil, e mereceu até comemoração com o comercial especial (fonte: Época Negócios). Não há uma bebida melhor que a outra: cada uma tem o seu grande valor – mas pouca gente sabe disto. Por isto, resolvemos trazer aqui um pouquinho mais de informação sobre as duas bebidas. Se você se sentiu orgulhoso ao assistir a campanha, sugiro que você leia isso aqui também, para continuar a fazer jus a seus deveres cívicos:

AS SEMELHANÇAS ENTRE WHISKY E CACHAÇA

  • Cachaça e Whisky são ambas consideradas “aguardentes”: bebidas destiladas a partir de ingredientes que fermentam. No caso do Whisky a matéria prima é composta basicamente de grãos de cevada malteados (sim, o malte vem da cevada!), e, na Cachaça, a cana de açúcar.
  • Ambas as bebidas são produzidas em alambique de cobre, de acordo com uma técnica específica que garante sua qualidade (“cabeça-coração e cauda”, veja mais aqui)

…E AS DIFERENÇAS

  • O Whisky é uma bebida nobre e só é consumido em sua forma envelhecida. Não existe Whisky “branco”, ou seja, que não tenha passado por pelo menos um ano num barril de carvalho. A Cachaça, por sua vez, pode ser servida sem envelhecer (a chamada bebida “branca”) ou, quando é envelhecida, além de contar com o Carvalho, conta com milhares de outras espécies brasileiras que garantem resultados surpreendentes: amburana, bálsamo, ipê, jequitibá e uma série de outras madeiras dão à Cachaça, cada uma, seu gostinho especial.
  • Os sabores do Whisky, mais próximos das notas de mel, madeira e cereais costumam ser menos “frescos” e “brilhantes” como as notas de cana de açúcar que se nota na Cachaça. Isto faz com que a nossa bebida combine muito mais com a maior parte dos nossos pratos típicos ou culinária regional.
  • Principalmente por ser consumida também em sua versão branca, a Cachaça tem uma miríade de drinks (como a caipirinha), que tornam a bebida nórdica um tanto menos versátil. Pelo mesmo motivo, há uma série de licores e receitas de outras bebidas feitas com a aguardente da cana, com especiarias, frutas, ou até ingredientes como o café e o mel.

Como você viu, continuar afirmando que Cachaça é pior que Whisky é dar uma de louco de pedra. Se há na Baía de Guanabara um gigante eu não sei, mas posso afirmar com certeza que pouca gente sabe o tamanho das qualidades dessa nossa bebida.

Um abraço e até o próximo post!

 

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