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ReporO Negroni é um coquetel classudo que faz parte da lista oficial de coquetéis da IBA (Associação Internacional de Bartending) e bem provável que você vá encontrá-lo na maior parte dos bares na parte dos clássicos, ou alguma de suas variações, como o Boulevadier.
De um vermelho vivo e aveludado, esse drink tem apelo nos balcões de todo o mundo e serve como inspiração para muitos coquetéis. Foi pensando nesses grandes clássicos da coquetelaria, que a Santo Grau e o Bar Original resolveram recriar alguns drinks substituindo alguma base alcoólica por cachaça.
O bartender Frajola, que ficou por muitos anos no balcão do SubAstor e hoje comanda o Sylvester, é um mestre dos clássicos e foi convidado para fazer parte deste projeto.
Para a versão Cachaça Negroni foi-se escolhida a cachaça Santo Grau Solera Pedro Ximenes, que passa por um processo de especial de envelhecimento em sistema de solera em barris de carvalho americano, que outrora serviram para envelhecer vinhos de Jerez espanhóis.
O sabor único, naturalmente adoçado e aveludado pela lembrança do vinho de Jerez, e a baixa acidez da cachaça dão um corpo harmonioso para o coquetel italiano, que leva na receita 3 partes iguais de bitter Campari, vermute tinto e gin, que aqui foi substituído por Santo Grau P.X.
Apesar da longa vida ao Negroni, como a maior parte dos coquetéis clássicos este drink também carrega alguns mistérios quanto à sua criação.
O que a maior parte dos pesquisadores afirma é que o Negroni de fato é a variação de um outro clássico conhecido como Americano, de 1887, que por sua vez é também uma variação de um coquetel de 1860 – o Milano Torino.
O Milano Torino é uma receita muito simples de duas partes iguais: bitter italiano de Milão e vermute rosso de Turim (daí o nome).
Este coquetel foi criado no Caffe Camparino, em Milão, em que o dono era Gaspar Campari (isso mesmo, do bitter Campari). Dizem que os norte-americanos, que viajam muito essa época devido à economia favorável, começaram a pedir uma dose de club soda no Milano Torino e assim nasceu o coquetel Americano.
Para avançar no tempo, vamos para o ano de 1919. De acordo com a versão mais contada no mundo da coquetelaria, havia em Florença o Casoni Bar, em que o bartender Fosco Scarselli recebeu de um cliente, conhecido na história como o conde Camillo Negroni, o pedido de uma versão de Americano um pouco mais forte.
Assim, Scarselli substituiu a água com gás por gin e a nova versão virou o coquetel favorito do conde, que passou a ser apreciada por mais pessoas e ser pedida por outros clientes como o “drink do conde Negroni”.
Mas a parte truncada desta história está em que a família Negroni, mas especificamente o coronel Hector Negroni, afirma que este tal de conde Camillo não existe na árvore genealógica da família.
Dados históricos apontam que este tal parente fantasma na verdade era um francês chamado General Pascal Oliver, o Conde Negroni, e que talvez a versão de Negroni que conhecemos hoje nem tenha nascido em Florença e sim na colônia francesa de Saint Louis, no Senegal, por volta dos anos de 1870.
Parece que o general Oliver, que lutou na guerra Franco-Prussa, em uma noitada com os amigos do Lunéville Officers Club resolveu apresentar a sua criação com vermute italiano. Cartas da família Negroni aparentemente sustentam essa versão, que foi divulgada no artigo “New Evidence Negroni Was Invented in Africa – Sorry Italy”, publicado na Drinking Cup.
Apesar de todas as histórias, sabemos ao menos que este coquetel tem 100 anos e se manteve em evidência por todos estes anos. Um brinde ao Negroni!
E já que somos brasileiros e queremos elevar também a nossa cultura, experimente a receita da versão com cachaça, do bartender Frajola, que segue abaixo:
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