Silvana Carminati, formada em Designer de Interiores, nunca alimentou o sonho de desenvolver sua própria marca de cachaça. Há dois anos, decidiu correr o risco e “cambar” – expressão náutica que significa mudar a direção -, incentivada pelo marido e por um cunhado português. Nascia assim a Santa Cruz, uma marca luso-brasileira de cachaça, com o objetivo de alcançar novos apreciadores da bebida dentro e fora do país.
A cachaça Santa Cruz é produzida e engarrafada na fazenda Boa Sorte, na cidade de Sacramento, Minas Gerais – uma parceria com os criadores da Cachaça Batista – e a distribuição é feita a partir do bairro de Mirandópolis, em São Paulo capital. “A ideia inicial era montar uma loja de cachaças, começamos a pesquisar o mercado e optamos por desenvolver nossa marca própria”, disse Carminati.
Silvana e o marido Anderson, advogado há 20 anos, buscaram cursos e passaram a viajar conhecendo alambiques para compreender os meandros da indústria da cachaça. Sem nenhum legado familiar na produção de destilados, mas certos do potencial da categoria, fundaram a Cachaça Santa Cruz em 2021, como um empreendimento familiar, com mais dois primos.
Tudo começou quando Silvana recebeu em sua casa o cunhado português, em uma visita ao Brasil. Durante a estadia, ela e o marido foram levados a deixar os vinhos de lado, para agradar ao visitante que queria beber cachaça. Sem fazer desfeita, o casal, até então distante dos encantos do destilado brasileiro, redescobriu esse universo pelo paladar de seu parente luso.
“Meu pai e meu tio gostavam muito de cachaça, mas eu nunca havia me interessado, até ser convidada pelo meu cunhado português”. A experiência foi tão marcante que a família decidiu explorar a ideia de empreender com a categoria, unindo as tradições brasileiras e portuguesas.
A parceria transcendeu a amizade e se transformou em um negócio, no qual Silvana, o marido e os primos, Anderson Cavichio Zanqueta e Erik Cavichio Zanqueta, não só distribuem uma cachaça de qualidade, mas também celebram duas culturas através dessa bebida única.
O nome da Cachaça Santa Cruz e a imagem das estrelas que formam o cruzeiro do Sul, foram desenvolvidos pela própria Silvana para o rótulo da Santa Cruz, e são uma referência direta às navegações portuguesas e à história do Brasil.
O primeiro produto lançado pela Santa Cruz Destilaria foi um blend. A Cachaça Santa Cruz Premium 5 anos é envelhecida por 3 anos em carvalho francês e 2 anos em amburana de primeiro uso. A amburana traz uma riqueza floral, enquanto a passagem no carvalho confere equilíbrio no dulçor até atingir a suavidade desejada.
“A Cachaça Santa Cruz Premium é um produto bem acabado, que agrada bastante. Temos recebido ótimos retornos de clientes que gostaram de apreciar nosso blend com charuto e vemos o potencial do produto nacional se desenvolver nessa área”,
comenta Silvana Carminati
A Cachaça Santa Cruz Clássica, por outro lado, remete aos aromas originais de cana-de-açúcar que vão muito bem em dose pura ou em coquetéis e caipirinhas. A destilaria também navega nas águas do gin. A empresa busca atender um conjunto crescente de consumidores, com o Gin Crux London Dry, destilado de cereais que leva 23 botânicos nativos e regionais, como limão cravo, louro, hortelã, lavanda e gengibre.
Nos primeiros anos de vida, a Santa Cruz Destilaria focou principalmente no marketing boca a boca, estabelecendo contatos que permitiram levar a Cachaça Santa Cruz para locais pontuais na Austrália, Portugal e Alemanha.
Após essa fase inicial de aprendizado sobre a categoria e o mercado, a empresa está intensificando seus esforços para expandir a distribuição. Atualmente, os produtos da Santa Cruz Destilaria estão disponíveis para compras online no site da empresa e aqui no Mapa da Cachaça.
Os planos da Santa Cruz Destilaria, para os próximos anos, prevêem expandir a linha de produtos. A empresa já detém uma segunda marca registrada de cachaça e quer explorar o mercado para diferentes perfis de bolsos e paladares.
No futuro, a Santa Cruz Destilaria ainda planeja focar na internacionalização, levando a marca definitivamente para fora do Brasil. Silvana compartilha sua intenção de enviar a Cachaça Santa Cruz para Portugal, aproveitando a expertise do cunhado português na área de comércio, o que espera-se facilitar a entrada da marca no mercado europeu.
“Trabalhar com cachaça é prazeroso. Não é um produto que as pessoas fazem cara feia. Onde quer que você vá, as pessoas têm interesse. Elas gostam e querem entender, querem conhecer mais sobre cachaça. É realmente satisfatório”.
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