No universo das bebidas artesanais brasileiras, cada destilaria traz consigo uma história, um terroir e uma essência que são destilados juntamente com seus produtos. Os apreciadores de cachaça e gin já conhecem bem a excelência e a inovação encontradas na destilaria da fazenda Tupã em Linhares, no Espírito Santo, lar da cachaça Princesa Isabel e do gin Mar. Porém, há uma nova protagonista nessa história da destilaria capixaba: a cachaça Mãe Santa, que surge como um tributo à riqueza natural brasileira e à sua madeira grápia.
A Mãe Santa é um olhar contemporâneo sobre a cachaça e seu processo de envelhecimento, escolhendo a grápia como sua madeira de trabalho para trazer sua assinatura. Esta madeira nativa da América do Sul, encontrada por todo Brasil, é tradicionalmente utilizada pelos produtores de cachaça e vinho no sul do país. No entanto, ainda são poucas as marcas formalizadas com versões premium de cachaças que passam por esta madeira brasileira, ou seja, cachaças que estagiaram por mais de 1 ano em barris com menos de 700 litros.
No caso da Mãe Santa, ela ficou envelhecendo por 12 meses em barris de primeiro uso de 200 litros de grápia para depois ser padronizada com cachaça prata para chegar nos seus 40% alcoólicos e combater o amargor característico da madeira nova.
Ao degustar a Mãe Santa, é fácil perceber a distinção da grápia. A madeira aporta uma cor cobre dourada ao destilado, além de dulçor peculiar de fruta (banana passa), uma adstringência delicada e notas amadeiradas distintas que remetem à especiarias (pimenta da Jamaica e canela, principalmente). Ao explorar o sabor, sentimos o adocicado da cachaça, o amargo da madeira nova e os lábios levemente salpicados com um salgado gostoso.
A cachaça Mãe Santa é um reflexo vibrante do compromisso da destilaria com a autenticidade e a vanguarda da produção artesanal. Enraizada na tradição, a destilaria não se limita ao uso de madeiras clássicas como o carvalho americano e europeu, jequitibá, amburana e bálsamo. Ela segue um caminho de inovação semelhante ao trilhado pelos criadores da Matriarca na Bahia, que popularizaram o uso pioneiro da madeira de jaqueira, uma madeira exótica que encontrou no Brasil o terreno fértil para crescer e trazer uma nova dimensão à cachaça.
Na destilaria da fazenda Tupã, localizada em terras onde também se destila o Cacahuatl – uma das raras aguardentes do mundo feitas a partir do cacau – agora a Mãe Santa se junta ao portfólio de destilados que exaltam a biodiversidade e a cultura brasileira. Com a incorporação da grápia, a destilaria amplia o espectro de sabores e experiências, transformando o que é tradicionalmente nosso em expressões únicas de cultura etílica brasileira para o mundo todo degustar.
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