Neste texto, exploraremos o mundo dos coquetéis feitos com a tradicional bebida brasileira, a cachaça, e ofereceremos uma seleção dos mais deliciosos e refrescantes coquetéis com cachaça para serem saboreados
Nos últimos anos, temos presenciado um crescente uso da cachaça na coquetelaria. Antes relegada a um papel secundário, a cachaça tem se destacado como uma base versátil e cheia de sabor para diversos tipos de drinks. Com uma variedade cada vez maior de marcas e tipos de cachaça disponíveis no mercado, os bartenders têm explorado sua complexidade e características únicas para criar coquetéis inovadores e surpreendentes.
A seguir, apresentamos a receita de 7 coquetéis com cachaça, dos mais simples até aqueles mais complexos, que revelam a versatilidade e possibilidades do uso do destilado brasileiro na coquetelaria.
Seleção de 7 coquetéis com cachaça
Zulu, um dos bartenders representantes da geração que vem inovando ao criar coquetéis com cachaça
O clássicos dos clássicos dos coquetéis com cachaça, a Caipirinha
A Caipirinha, um dos coquetéis mais icônicos e apreciados do mundo, é o destaque desta seleção. Feito com cachaça, limão, açúcar e gelo, esse coquetel refrescante conquistou paladares ao redor do mundo com seu equilíbrio perfeito entre o doce, o ácido e o alcoólico.
Caipirinha
Mestre Derivan
Caipirinha de verdade é com cachaça de qualidade. Pensando nisso o Mapa da Cachaça pediu para Derivan Souza, um dos mais renomados e respeitados barman do Brasil, que compartilhasse a sua receita de Caipirinha.
Pegue o limão taiti e corte as laterais. Dê um corte no meio e retire a parte branca. Corte as duas metades do limão mais duas vezes, ficando com 8 pedacinhos de limão ao todo.
Coloque os pedaços dentro de um copo próprio para Caipirinha. Tente colocar a parte da polpa virada para cima.
Em seguida, coloque duas colheres de chá de açúcar cristal.
Com um macerador pressione levemente o limão para extrair o seu suco, mas tente não agredir a casca.
Depois, encha o copo com pedras de gelo. Bastante gelo.
Coloque uma boa dose (50ml) de uma boa cachaça de alambique.
Misture tudo com uma colher ou bailarina.
DICA
A Caipirinha é um coquetel que a gente espera que o bebedor mexa, mesmo se a gente já misturou bem antes de servir. Ela é um drink que merece interação, portanto, sirva a sua Caipirinha com o canudo, ou melhor ainda, um talo de cana-de-açúcar, para que a pessoa que for beber continue sempre misturando todos os ingredientes.
Uma das mais recentes adições à lista de coquetéis reconhecidos pela International Bartender Association (IBA) é o Rabo de Galo. Originário do Brasil, o Rabo de Galo é um coquetel clássico feito com cachaça, vermute tinto e um toque de amargo de Cynar. Sua inclusão na lista da IBA não apenas reforça a crescente popularidade da cachaça pelo mundo, mas também reconhece a importância cultural e histórica desse coquetel tão querido pelos brasileiros.
Rabo de Galo
Popular nos botecos brasileiros, o Rabo de Galo vem ganhando destaque em bares da alta coquetelaria e se consolidando com um dos principais coquetéis para a divulgação da cachaça ao lado da Caipirinha.
Arnaldo Hirai e Renato Martins, proprietários do renomado Boca de Ouro, um dos bares mais disputados de São Paulo e um verdadeiro favorito entre a comunidade de bartenders da cidade, são responsáveis pela criação do Macunaíma. Este coquetel nasceu em 2014, durante a Copa do Mundo realizada no Brasil, e inicialmente era conhecido como Caxirola, nome em homenagem ao instrumento musical oficial do evento esportivo. Entretanto, como o instrumento não obteve popularidade nos estádios, Arnaldo decidiu rebatizar a bebida.
O Macunaíma é um coquetel adocicado, que lembra o sabor do mel, mas com notas sutis de especiarias e um leve amargor proporcionado pela cachaça armazenada em barris de bálsamo e pelo toque de Fernet. Além de ser extremamente saboroso, o Macunaíma apresenta ainda outra vantagem: sua facilidade de preparo. Esse aspecto reforça o papel do coquetel como um representante da coquetelaria brasileira no cenário mundial, além de ser uma plataforma de divulgação da cachaça, juntamente com a Caipirinha e o Rabo de Galo. Com sua combinação única de sabores e sua simplicidade cativante, o Macunaíma se destaca como uma joia da coquetelaria nacional.
Macunaíma
Macunaíma, o coquetel tem potencial de representar a coquetelaria brasileira em todos os cantos do mundo pela sua brasilidade e simples preparo.
Inspirado pelo clássico New York Sour, o coquetel Banzeiro, criado pelo bartender Laércio Zulu, apresenta uma surpreendente espuma de gengibre, que proporciona uma textura cremosa semelhante à encontrada em um Whisky Sour. Essa adição de espuma lembra o famoso Moscow Mule, popularizado no Brasil com a adição da espuma de gengibre.
O ingrediente principal deste coquetel é a cachaça envelhecida em Amburana, que traz nuances de amêndoas e especiarias, resultando em uma combinação perfeita com o vinho tinto e a espuma de gengibre. Essa escolha de ingredientes confere uma personalidade única ao coquetel, proporcionando uma experiência sensorial irresistível.
Banzeiro, coquetel com cachaça do Laércio Zulu
Laércio Zulu
Uma combinação ácida de limão e cachaça envelhecida em amburana serve de apoio para esse coquetel, que recebe um toque especial com uma camada de vinho tinto estilo New York Sour. Como detalhe final, a espuma de gengibre, famosa no preparo do Moscow Mule no Brasil.
Assim como o Rabo de Galo, o Bombeirinho também possui diferentes variações em sua receita, que podem ser encontradas em diversos bares e botecos por todo o país. Recentemente, têm surgido releituras criativas, incorporando ingredientes como xarope de romã, suco de laranja, cachaça envelhecida e até mesmo leite condensado.
No entanto, a versão clássica do Bombeirinho traz em sua composição groselha e cachaça pura, criando um equilíbrio perfeito entre os sabores adocicados e o caráter marcante da cachaça. Cada variação traz uma nova camada de complexidade e experiência sensorial, permitindo que os apreciadores da cachaça explorem e descubram novas facetas desse coquetel icônico.
Bombeirinho
Apesar de ter diversas variações, a receita clássica do coquetel Bombeirinho leva cachaça pura, groselha e suco de limão. Aprenda aqui a receita desse clássico da coquetelaria brasileira.
O coquetel Jorge Amado, criado em Paraty, é uma homenagem ao famoso escritor brasileiro que imortalizou a cultura e a beleza do litoral brasileiro em suas obras. Este coquetel é uma verdadeira explosão de sabores tropicais, combinando maracujá, suco de limão e a aguardente Gabriela Cravo e Canela.
O coquetel Jorge Amado foi criado por Camila Paiva, uma talentosa bartender da cidade de Paraty. Em 2014, essa deliciosa bebida ganhou o título de coquetel oficial da cidade quando Camila conquistou o primeiro lugar no Campeonato de Coquetéis com Cachaça de Paraty, uma competição realizada em parceria com a Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça de Paraty (Apacap).
Drink Jorge Amado, com Gabriela Cravo e Canela
Camila Paiva
Maracujá, açúcar, limão e a aguardente Gabriela Cravo e Canela são os ingredientes do coquetel Jorge Amado – a receita foi criada em Paraty para homenagear o autor e a atriz Sônia Braga.
A receita do coquetel Caju Amigo foi criada em 1974 pelo barman Guilhermino Ribeiro dos Santos, que na época trabalhava no bar Pandoro. A história conta que, inicialmente feito com gin, o coquetel não possuía um nome oficial. No entanto, muitos clientes costumavam pedi-lo ao garçom utilizando a frase: Me vê um caju, amigo! e foi assim que esse nome simpático surgiu. Essa divertida e descontraída história acrescenta uma camada de charme à origem do coquetel, que se tornou um sucesso e segue encantando os apreciadores de bebidas.
Nina Bastos do Restaurante Jiquitaia, ajudou a popularizar a receita do Caju Amigo com cachaça de alambique
Caju Amigo
Carolina (Nina) Bastos
A receita de Caju Amigo desenvolvida pela sócia do bar Jiquitaia, Carolina Bastos, leva calda de compota artesanal de caju e cachaça Princesa Isabel Aquarela