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ReporAs novidades recentes no mercado da cachaça, marcadas pelo reconhecimento de regiões produtoras através das Indicações Geográficas e pela adoção de tecnologias avançadas para aprimorar qualidade e complexidade sensorial, sinalizam uma era vibrante para nossa categoria.
Recentemente, o mercado da cachaça testemunhou marcos significativos que celebram sua importância histórica como um dos produtos mais antigos e importantes da gastronomia brasileira. Em menos de seis meses, três diferentes regiões produtoras foram agraciadas com distintos títulos de Indicação Geográfica (IG) pelo INPI: Morretes, no Paraná; Viçosa, no Ceará; e o recém-chegado reconhecimento da Denominação de Origem da cachaça de Paraty, solidificando a arte e a identidade regional do destilado brasileiro.
Abaíra, Salinas, Paraty, Morretes e Viçosa são as regiões que lutaram e conquistaram o reconhecimento da Indicação Geográfica e estabelecem precedentes para outras áreas produtoras que detêm relevância cultural, histórica e econômica, mantendo vivas receitas que atravessam gerações.
Paralelamente à celebração de suas raízes, o mercado da cachaça abraça a modernidade e a tecnologia. A indústria vem se aprimorando com variedades otimizadas de cana-de-açúcar e explorando sabores complexos com o auxílio de leveduras autóctones, escolhidas a partir do próprio terroir.
Empresas com expertise global estão introduzindo leveduras selecionadas que buscam padronizar e amplificar a complexidade sensorial da cachaça. Esses avanços ressaltam a importância de preservar a identidade única da cachaça, ao mesmo tempo que se emprega a ciência para realçar suas características.
Uma revolução significativa no envelhecimento veio com o uso de barricas de carvalho virgens ou de primeiro uso. Ao contrário dos barris já exauridos, reciclados da indústrias de whisky, vinho e rum, essas novas barricas oferecem toda a gama de nuances que o carvalho – seja francês ou americano – pode oferecer. Com diferentes graus de tosta das barricas, os produtores de cachaça têm agora uma paleta expandida para criar perfis sensoriais distintos e assinaturas únicas em suas bebidas.
O futuro ainda reserva surpresas agradáveis com relação ao uso das madeiras nacionais para o envelhecimento da cachaça. O uso de madeiras nativas como jequitibá, bálsamo, umburana, entre outras, já é disseminado, mas ainda há muito a explorar em termos de pesquisa, investimento e experimentação para desvendar o potencial dessas madeiras em enriquecer a cachaça com cor, aroma e sabor únicos.
A tradição que reverenciamos hoje foi no passado a inovação de alguém, como a própria cana-de-açúcar introduzida no Brasil pelos portugueses. Atualmente, estamos diante de um mercado que não apenas reconhece as conquistas acumuladas nos últimos cinco séculos mas também se empodera do conhecimento em busca de inovação. Eles estão comprometidos em utilizar a tecnologia para exaltar as qualidades já estabelecidas da cachaça, enquanto criam inovações que colocarão ainda mais a cachaça em destaque no cenário global das bebidas de qualidade.
Temos aprendido a apreciar os produtores que honram a tradição, empregando receitas ancestrais como o fermento caipira na fermentação selvagem de suas cachaças. E reconhecemos e valorizamos o avanço promovido por aqueles que exploram técnicas novas, como a utilização de leveduras selecionadas em processos controlados de fermentação em ambientes fechados e com regulagem de temperatura.
O mercado da cachaça precisa acolher ambos os métodos, refletindo a riqueza que há na diversidade. Longe de haver uma única maneira correta, o que testemunhamos é a beleza da coexistência harmoniosa entre o legado do passado e a inovação do presente.
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