Ao utilizar barris, chips ou dadinhos de madeira, é possível adicionar profundidade, complexidade e novos sabores às bebidas, permitindo que os amantes da cachaça personalizem o processo de envelhecimento de acordo com suas preferências.
Uma prática comum no mercado de rum, uísque e vinho é macerar chips e lascas de carvalho às bebidas para agilizar o processo de envelhecimento e agregar cor, aromas e sabores típicos da madeira de forma mais rápida.
A técnica é chamada de envelhecimento acelerado e contribuí para a padronização das bebidas, além de tornar mais ágil e sustentável a produção de bebidas envelhecidas em um mercado mais consciente com o desmatamento de árvores para a produção de novos barris e dornas.
O kit de dadinhos de madeira é feito com 10 tipos de madeiras distintas, incluindo Jequitibá, Amburana, Bálsamo, Carvalho Europeu, Castanheira, Jaqueira, Cumarú, Putumuju, Eucalipto e Ipê.
Cada espécie contém aproximadamente 100 dadinhos de madeira com dimensões de 1x1cm², resultando em um total de 1.000 dadinhos por kit.
Os dadinhos de madeira podem ser usados para saborizar bebidas alcoólicas como cachaça, vinho, cerveja, whisky, coquetéis, vodka, e também outros alimentos como azeites, vinagres e pimentas.
Para a utilização do kit de dadinhos de madeira fazemos uma relação entre teor alcoólico, quantidade de dadinho por litro e tempo de maturação do dadinho na bebida.
Quanto maior o teor alcoólico da bebida e quanto mais tempo o dadinho ficar na maceração mais intensa será a extração. Para o processo, é importante considerar também que cada madeira se comporta de maneira distinta com a base alcoólica, ou seja, cada madeira aporta uma cor, um aroma e um sabor distinto, e em intensidades diferentes. Além do tipo de madeira, deve se considerar se ela passou ou não por tosta.
Sim, é possível reutilizar os dadinhos. Mas a cada uso o dadinho aportará menos característica sensorial à base alcoólica. Imagine o dadinho como um sachê de chá: caso opte por reutilizar um sachê de chá, pode esperar um chá mais fraco, com menos sabor e aroma.
Se você deseja reutilizar o dadinho de madeira, pode simplesmente deixá-lo secar após a primeira maceração e guardá-lo para uso posterior. Quando estiver pronto para fazer um novo ciclo, coloque o dadinho já utilizado na base alcoólica e deixe em maceração por um período mais longo do que na primeira vez.
Os experimentos indicam que cada dadinho tem um ciclo de vida de até 4 reutilizações seguindo as recomendações de 3 a 4 dadinhos por litro de cachaça durante 30 dias. É importante considerar que a sobrevida do dadinho vai depender das condições de maceração, ou seja, o tempo de contato com a bebida alcoólica e o teor alcóolico da bebida utilizada como base.
Para garantir o controle microbiológico e a higienização dos dadinhos, recomendamos colocá-los em água a 80ºC por 15 minutos. Em caso do uso dos dadinhos em destilados esse cuidado não é necessário.
O kit de dadinho de madeira é para quem quer explorar os aromas e sabores das madeiras brasileiras e enriquecer sua experiência sensorial ao envelhecer sua bebida alcoólica favorita.
Os dadinhos podem ser usados por bartenders para trazer ainda mais complexidade para o coquetel envelhecido. Por produtores que buscam testar seus blends em menor escala. E para quem gosta de beber e quer fazer seu próprio envelhecimento em casa como um hobby. Além disso, os dadinhos de madeira são ótimos presentes para quem gosta da cultura do DIY (Do It yourself).
Amburana: com um aroma perfumado, a Amburana possui notas florais e amadeiradas. Ao ser tostada corretamente, adquire uma doçura pronunciada, suavizando sua intensidade tânica.
Bálsamo: reconhecido por apresentar uma expressão resinosa nas cachaças, o Bálsamo também possui um grande potencial para cervejas. Sua tosta reduz a agressividade tânica e realça seu dulçor, combinando bem com cervejas especiais tropicais.
Carvalho: O Carvalho confere um sabor universalmente apreciado, com notas de baunilha, utilizado para envelhecer bebidas. As diferentes variações regionais e níveis de tosta revelam um vasto universo de sabores que a tradicional tanoaria desenvolveu ao longo dos séculos.
Castanheira: Conhecida como o Carvalho Brasileiro, a Castanheira, quando tratada corretamente, diminui sua intensidade vegetal de madeira nova, entregando uma combinação de aromas tostados com chocolate e caramelo.
Cumaru: O Cumaru é uma madeira poderosa que contém uma grande quantidade de cumarina em suas sementes. Seu aroma lembra baunilha, mas com uma intensidade marcante. Requer um longo processo de secagem natural e cuidado na tosta.
Eucalipto: Quando a espécie correta é utilizada e a tosta é feita de forma adequada, o Eucalipto é a madeira que mais se assemelha ao carvalho europeu. Superando preconceitos, os resultados obtidos com o Eucalipto são surpreendentes.
Ipê: Uma madeira potente, que precisa ser trabalhada para apresentar maciez e sabores associados a nozes e castanhas. A tosta do Ipê contribui significativamente para reduzir o tempo necessário para amenizar a intensidade tânica e aumentar o dulçor.
Jaqueira: Contribui com uma intensa doçura, acompanhada de notas de especiarias e resinosas. A Jaqueira é uma madeira exuberante, capaz de adicionar uma ampla gama de nuances a uma bebida.
Jequitibá: Considerada uma madeira neutra, o Jequitibá ajuda a tornar a bebida mais leve e agradável. Quando tostado, contribui com elementos de baunilha, aproximando-se da influência do Carvalho.
Putumuju: Talvez a madeira que mais contribui com notas florais entre todas. A tosta leve do Putumuju adiciona doçura. É uma madeira marcante que pode agregar possibilidades sensoriais surpreendentes.
Não. Existem uma série de reações importantes que ocorrem no processo de envelhecimento tradicional em barris de madeira que dificilmente podem ser emuladas pelos dadinhos de madeira.
O oxigênio desempenha um papel crucial no processo de envelhecimento da cachaça, influenciando seu sabor, aroma e textura. Quando a cachaça é colocado em barris de madeira para maturar, ocorre uma interação entre o líquido e a madeira. Durante esse processo, pequenas quantidades de oxigênio são introduzidas no barril.
O oxigênio é responsável por uma série de reações químicas que ocorrem ao longo do envelhecimento da cachaça. Essas reações incluem a oxidação de compostos orgânicos, a evaporação de componentes voláteis e a interação entre as diferentes substâncias presentes no barril e no líquido.
Essas reações resultam na formação de uma ampla variedade de compostos que contribuem para o sabor e aroma da cachaça envelhecida. Por exemplo, o oxigênio pode ajudar a suavizar a bebida, tornando-a mais redonda e equilibrada. Ele também pode ajudar a desenvolver notas de caramelo, baunilha e frutas secas.
Dentro desses barris, ocorrem reações químicas entre os componentes do destilado e os compostos presentes na madeira. Uma das reações mais importantes é a esterificação, que envolve a reação de ácidos orgânicos com álcoois.
Durante o processo de esterificação, os ácidos orgânicos, como o ácido acético, reagem com os álcoois, como o etanol, resultando na formação de ésteres. Esses ésteres são compostos responsáveis por uma grande variedade de sabores e aromas encontrados na cachaça, como notas frutadas, florais e especiarias.
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