Cachaças com aroma de Coco queimado

O aroma e sabor de coco queimado na cachaça podem ter diferentes origens, dependendo da forma como a bebida é produzida e armazenada. As principais influências vêm da fermentação, destilação e, especialmente, do envelhecimento em barris de madeira.

1. Fermentação e Formação de Compostos Aromáticos

Durante a fermentação da garapa, leveduras e bactérias produzem diversos compostos voláteis, incluindo ésteres e fenóis que podem contribuir para notas adocicadas, tostadas ou defumadas. Certos tipos de leveduras e condições de fermentação específicas podem intensificar esses aromas.

2. Destilação e Reações Térmicas

Na destilação em alambique de cobre, o controle do corte das frações (cabeça, coração e cauda) influencia a retenção de compostos que remetem a coco queimado. Algumas aldeídos e lactonas formadas ou concentradas no processo podem gerar esse perfil sensorial.

3. Envelhecimento em Barris e Interação com a Madeira

A principal fonte do aroma de coco queimado na cachaça envelhecida vem da degradação térmica da lignina presente na madeira dos barris, especialmente quando passam por tosta ou queima interna. As madeiras mais associadas a esse perfil incluem:

  • Carvalho (europeu e americano) – rico em whisky lactone (β-metil-γ-octalactona), responsável pelo aroma de coco.
  • Amburana – pode gerar notas adocicadas e amadeiradas que lembram coco caramelizado.
  • Jequitibá – pode apresentar nuances sutis de coco queimado dependendo do grau de tosta.

A intensidade desse aroma varia conforme o tempo de envelhecimento, o tipo de madeira e o tratamento térmico dos barris. Assim, cachaças armazenadas em madeiras tostadas tendem a desenvolver mais esse perfil sensorial.