O tanoeiro é o profissional da cachaça responsável pela produção, reforma e manutenção de barris e dornas para envelhecimento de cachaça. Ele possui habilidades técnicas e conhecimentos sobre os tipos de madeira adequados para produção dos recipientes, técnicas de montagem, tostagem e acabamento. O tanoeiro precisa ter habilidades manuais refinadas e conhecimento sobre os processos de envelhecimento de fermentados (vinhos, cervejas) e destilados (whisky, cachaça, rum).
Com o passar do tempo e o uso contínuo, os barris de cachaça acabam se exaurindo devido a diversos fatores. O principal motivo é a interação entre a cachaça e a madeira do barril. Durante o período de envelhecimento, os componentes da madeira, como lignina e taninos, são gradualmente liberados no destilado, conferindo-lhe sabor, aroma, cor e complexidade. Porém, à medida que essa interação ocorre, a madeira vai perdendo suas características e propriedades, resultando em uma diminuição do seu potencial de influenciar a cachaça.
Além disso, a expansão e contração da madeira com as variações de temperatura, assim com a umidade da adega, também contribuem para o desgaste dos barris e dornas ao longo do tempo. Como resultado, após um certo número de usos, os barris de cachaça ficam exauridos, perdendo a capacidade de adicionar novos sabores e aromas ao líquido.
Dessa forma, o restauro e manutenção de barris se torna fundamental para prolongar sua a vida útil, mantendo-os em condições ideais para influenciar positivamente o sabor, aroma e qualidade da cachaça durante o processo de envelhecimento.
Primeiro, os barris e dornas são desmontados cuidadosamente, com o tanoeiro removendo os tampos (ou tampo e fundo) do barril inspecionados para identificar possíveis danos ou imperfeições.
Em seguida, realiza-se a limpeza profunda do interior dos barris, removendo qualquer resíduo ou impureza que possa comprometer o envelhecimento da cachaça. Isso é feito através de técnicas como lavagem com água quente e raspagem das camadas antigas de madeira.
Essa etapa é crucial, pois garante a remoção de todos os resíduos que possam estar presentes no interior do barril ou dorna, deixando-o pronto para uma nova tosta.
Após a raspagem, é realizada a tosta ou queimação do interior dos barris. Esse processo é fundamental para liberar aromas e sabores característicos da madeira, que irão contribuir para o perfil sensorial da cachaça durante o envelhecimento.
Após a tosta, os tampos (ou tampo e fundo) são recolocados e os aros são ajustados novamente. Os barris são montados novamente e inspecionados os enchendo com água para garantir que estejam bem fechados e sem vazamentos. Caso necessário, podem ser feitos reparos para garantir a integridade estrutural.
Por fim, após ser aprovado no teste de estanqueidade com água, o barril segue para o acabamento final. Nessa fase, os barris ou dornas são preenchidos com cachaça e armazenados em locais adequados para testes de estanqueidade.
Em conclusão, as cinco etapas para a manutenção de barris e dornas são fundamentais para preservar a qualidade e o desempenho desses recipientes no processo de envelhecimento de bebidas, como whisky, rum e cachaça.
Desde a raspagem e tosta até o teste de estanqueidade, cada etapa desempenha um papel crucial na renovação e preparação dos barris para um novo ciclo de envelhecimento. Além disso, a atenção aos detalhes e a expertise dos profissionais envolvidos garantem que barris e dornas estejam em perfeitas condições para influenciar positivamente o sabor, aroma e características sensoriais da bebida. Com essas etapas bem executadas, produtores podem obter produtos de alta qualidade, mantendo a tradição e a excelência na produção de bebidas envelhecidas em barris de madeira.
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