Leo Peralta é um autêntico carioca, bartender, barista e professor. Atuando no cenário desde 2012, sua trajetória inclui passagens pelos bares boêmios da Lapa até o serviço de alto luxo no Hotel Copacabana Palace. Cofundador do movimento Amigos da Cachaça no Rio de Janeiro, Leo é conhecido por sua valorização de produtos locais e por sua paixão pela coquetelaria de boteco.
Em 1925, Oswald de Andrade imortalizou um momento marcante no poema Atelier. Na obra, Tarsila do Amaral comparece à exposição da Société des Artistes Français, realizada no Grand Palais des Champs-Élysées, em Paris, durante a Semana de 22. O evento contou com a curadoria de Paul Poiret, estilista modernista que revolucionou a moda ao abolir as anáguas e espartilhos, adotando o drapeado para garantir um caimento natural às peças, sem forçar o corpo feminino a se adaptar aos moldes da época.


A preguiça paulista reside nos teus olhos
Que não viram Paris nem Piccadilly
Nem as exclamações dos homens
Em Sevilha
À tua passagem entre brincos
Locomotivas e bichos nacionais
Geometrizam as atmosferas nítidas
Congonhas descora sob o pálio
Das procissões de Minas
A verdura do azul klaxon
Cortada
Sobre a poeira vermelha
Arranha-céus
Fords
Viadutos
Um cheiro de café
No silêncio emoldurado.
Leo Peralta, além de bartender talentoso, encontra inspiração na arte e na literatura para suas criações. Inspirado pelo poema Atelier, de Oswald de Andrade, que celebra o encontro entre Tarsila do Amaral e o estilista Paul Poiret, Leo desenvolveu um coquetel em homenagem à icônica artista modernista. A bebida reflete a ousadia e a fluidez que Poiret trouxe à moda, combinando sabores que, assim como as criações de Tarsila, rompem com o convencional.
O coquetel, intitulado Tarsila, leva 45 mL de Cachaça Pindorama Prata, 15 mL de licor Abadia, 5 mL de absinthe Vert, 25 mL de suco de limão galego, 7,5 mL de xarope de açúcar, 15 mL de clara de ovo pasteurizada e raspas de chocolate 70% cacau para finalizar. A preparação deve ser feita em uma coqueteleira, buscando atingir uma textura suave e macia, semelhante ao drapeado das roupas criadas por Poiret.
Em uma homenagem à quebra de padrões, o coquetel é servido não em copos tradicionais de vidro ou cristal, mas em um copo de porongo, remetendo às raízes brasileiras. O toque final fica por conta das raspas de chocolate, que trazem uma harmonização por contraposição, encerrando a bebida com um contraste elegante e marcante.

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